


Organizadores
Neuro José Zambam
José Carlos Kraemer Bortoloti
Janine Taís Homem Echevarria Borba
Simone Paula Vesoloski
Margarete Magda da Silveira
A ausência de alimentação suficiente para a sobrevivência de uma pessoa com dignidade representa o auge das desigualdades injustas e denuncia a ausência das liberdades básicas. A Teoria da Justiça de Amartya Sen, em suas diversas publicações e pesquisas amplamente conhecidas, possui inúmeras evidências empíricas que demonstram que o constrangimento de voltar ao mapa da fome é uma escolha política. Demonstra também, com igual intensidade, como é possível superar as desigualdades injustas, especificamente, acessar alimentos em quantidade e qualidade suficientes. Causa estranheza a aceitação ou a passividade de muitas pessoas, no cotidiano das suas atividades diversas, da rotina da fome, do desemprego e da violência, especificamente daquelas que gozam de boas condições de vida. Quando tal fenômeno não mais atinge o imaginário e as emoções da população, como em diversos ambientes, contextos e lideranças no Brasil, é clara a percepção que há causas e consequências mais graves que estão na sua origem, as consequências são mais ameaçadoras. Cabe assinalar que, de forma simbólica e efetiva, este é um dos retratos da ausência de qualidade da democracia. De outra perspectiva, a comemoração do aumento dos índices de produção de bens, seja por governantes, seja pela sociedade em geral, sem o impacto direto para a melhoria da qualidade de vida da população, retrata com maior gravidade o contexto anterior e a falência moral deste modelo de desenvolvimento. A necessidade de políticas públicas com condições de enfrentar esse dilema perpassa o conjunto das exposições, trabalhos, debates e demais reflexões do seminário, orientados pelo seu tema central e pela qualidade das pesquisas em cursos atualmente no Brasil e no exterior.
Páginas
772
ISBN
978-65-5917-622-9
DOI
10.22350/9786559176229