
Tecendo redes e construindo histórias: o apadrinhamento dos escravizados adultos no Distrito Diamantino entre os anos de 1744 a 1758
Keli Carvalho Nobre de Souza
Este livro resulta da minha dissertação de mestrado, defendida em 2013 na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Analiso o batismo de pessoas adultas que viviam como escravizadas no Distrito Diamantino entre 1744 e 1758. Meu objetivo foi compreender quem escolhia seus padrinhos e quais estratégias orientavam essas escolhas. A pesquisa baseia-se em registros de batismo e em ampla documentação: cartas, requerimentos, testamentos, alvarás, ordens régias e genealogias locais, combinando a história quantitativa e a micro-história italiana. Concluo que, na maioria dos casos, os senhores selecionavam os padrinhos de seus escravizados com o intuito de ampliar ou reforçar suas redes de relações sociais, que favoreciam o contrabando de diamantes. Assim, os escravizados escolhidos como padrinhos ou madrinhas ocupavam posições privilegiadas nessas redes, revelando as complexas dinâmicas sociais e econômicas de Minas Gerais no século XVIII.











