
Antropologia da performance: perspectivas amazônicas
Organizador
Luiz Davi Vieira Gonçalves
Os textos são fruto de experimentos de antropologia da performance, mas não por isso, se perdem em elucubrações e linhas soltas, descoladas do campo teórico de uma antropologia como educação. Como o próprio Luiz Davi afirmou na apresentação à obra, os textos buscaram exercitar um “amplo leque analítico que a performance pode alcançar”, relacionando pesquisas em andamento e enfoques teóricos no campo da performance e arte, performance da fala e do corpo; performance de gênero, do eu e do desempenho, bem como exercícios conceituais em torno da performances e das performatividades (que, aliás, não são a mesma coisa) no cotidiano, na vida de pessoas “comuns”, mas também de plantas, de seres invisíveis, espiritos... Chama nossa atenção a busca por ampliar a noção de performance resituando-a no chão da Amazônia, e numa critica aos vieses coloniais e eurocêntricos do uso corrente da ideia de performance na antropologia e nas artes, o que leva este experimento e se engajar em novas linguagens, outras formas de modular e performar o texto, o corpo, a fala e os afetos: que corpo-território performa? Quem performa os corpos-territórios de quem? O que a antropologia pode fazer, dizer, encorporar na experiência de lidar com a performance, o performer a performatividade? São provocações, que imagino, lendo os textos, permearam boa parte do experimento em sala de aula e fora dela. (Thiago Mota Cardoso)
