Personalidade autoritária: fundamentos freudianos na crítica de Adorno
Claudiana Campanharo
Neste livro discutimos os estudos sobre personalidade autoritária de Theodor W. Adorno (1903-1969). Analisamos como o filósofo caracterizou a origem, o desenvolvimento e a estrutura do caráter do tipo de indivíduo potencialmente fascista que surge na sociedade ocidental em meados do século XX. Para elaborar o conceito de caráter autoritário, que alude ao tipo de indivíduo que combina um alto desenvolvimento tecnológico com tendências irracionais, Adorno reuniu pressupostos da teoria de Sigmund Freud (1956-1939) à teoria crítica da sociedade. Analisamos as categorias freudianos utilizadas na compreensão adorniana de uma das grandes questões na construção da teoria crítica, a saber: por que os indivíduos se adaptam às condições de opressão impostas com a sociedade altamente industrializada? Identificamos o conceito de dominação social como uma possibilidade de ligar o indivíduo isolado e a sociedade. Elemento fundamental da crítica de Karl Marx (1818-1883) à sociedade dividida em classes sociais, a coerção também se apresenta na formação do Superego, realizada por um tipo de formação que a criança recebe no núcleo familiar e na escola. O tipo de personalidade que é formada tem tendências a obedecer a autoridades e a subordinar aqueles que considera mais fracos, manifesta-se potencialmente favorável a aderir às ideologias fascistas. O autoritarismo consiste em um dos temas centrais do pensamento de Adorno, que vê no genocídio administrado pelo Nazismo a expressão mais radical da barbárie. Esperamos que o leitor possa encontrar aqui referências para estudos sobre o autoritarismo e ser instigado a refletir sobre a exigência de uma educação contra a barbárie.