Mulheres da montanha: corporeidade, dor e resistência entre indígenas
Camille Gouveia Castelo Branco Barata
Este é um livro sobre a dor vivida no corpo. Mais especificamente nos corpos de indígenas mulheres. Trata-se de uma etnografia que analisa como certas experiências, vividas como eventos devastadores, foram geridas, ressignificadas e mobilizadas em torno da criação de narrativas, politizações, processos educativos e de uma reconstrução da vida cotidiana. O trabalho problematiza as práticas de cuidado e proteção do corpo frente a situações de violência entre mulheres indígenas, nomeadas, em prol da proteção de suas identidades, como mulheres da montanha. Reflete-se sobre narrativas consideradas reveladoras para o entendimento do tema, oriundas da partilha do tempo com as interlocutoras frente a situações de violência e brutalização dos corpos e trajetórias. Categorias como dor e terror, bem como o entendimento de marcadores sociais da diferença sob um ponto de vista interseccional estruturam o olhar antropológico. A pesquisa se origina de minha dissertação de mestrado, defendida no Programa de Pós-Graduação em Antropologia da UFPA.