top of page
“Meu povo está falando” resistência e liberdade num debate sobre apropriação cultural na literatura

Páginas

190

ISBN 

978-65-85725-33-0

DOI 

10.22350/9786585725330

“Meu povo está falando” resistência e liberdade num debate sobre apropriação cultural na literatura

Organizador

Fábio Salem Daie

Entrevistados: Bianca Santana | Cidinha da Silva | Denízia Kawany Fulkaxó | Esmeralda Ribeiro | Jeferson Tenório | Márcia Wayna Kambeba | Mário Medeiros | Olivio Jekupe | Roni Wasiry Guará

Este é um livro que deseja expandir a discussão, e não fechá-la. Nos últimos anos, a noção de “apropriação cultural” tem pautado debates no âmbito da estética, da filosofia e do direito, além de políticas públicas e privadas pelo mundo. O Canada Council for the Arts – bem como seus homólogos em províncias como Ontario e Québec – reconhece o conceito de “apropriação” para a formulação de suas políticas culturais em território canadense. Na França, a administração de Emmanuel Macron comissionou um relatório – marco na história da museologia francesa – sobre a composição do patrimônio oriundo de culturas africanas e atualmente sob responsabilidade do Estado francês. Entregue à presidência da república em 2018, tal relatório possui, entre outros objetivos, o de averiguar a possível restituição desses objetos aos países de origem. Nos Estados Unidos e na Inglaterra, veículos como The New York Times e The Guardian (para citar apenas dois importantes jornais) retomam o tema de tempos em tempos, dedicando-lhe reportagens, ensaios e artigos críticos. Grandes e pequenas instituições – museus, institutos culturais, galerias de arte, grupos de teatro, associações de escritores, universidades etc. – se debruçam sobre o conceito de “apropriação” no esforço de apreender sua complexidade e, por vezes, adotar uma posição diante dos problemas que ele propõe.
No Brasil, o assunto ganhou certa atenção há alguns anos, porém ainda parece pouco discutido e estudado. Daí uma das pretensões deste livro. Os nove escritores entrevistados abordam temas diversos, fornecendo novas perspectivas sobre questões literárias envolvendo a noção de “apropriação cultural”. É certo que essas perspectivas se vinculam às preocupações estéticas e à trajetória individual dos artistas, e como tais estão sujeitas à mudança, sobretudo quando se trata de assunto tão complexo. Em todo caso, ao insistir sobre ponto tantas vezes polêmico, este livro aspira ser, no fundo, uma contribuição ao fortalecimento da democracia.

“Meu povo está falando” resistência e liberdade num debate sobre apropriação cultural na literatura
bottom of page