Educação moral: análise das matrizes católicas e liberais para uma formação moral republicana nos centros de poder do Brasil dos anos 1920 a 1930

O título deste livro leva-nos a pensar em um período um tanto estudado e discutido pela história da educação em diferentes aspectos. O estudo da Educação Moral sinaliza uma dimensão importante e sobre a qual poucos se debruçaram. Assim inicia a originalidade e a instigante proposta de estudo, que ganha novos elementos no desenvolvimento dos capítulos e de sua elaboração por matrizes, o que, por si só, apresenta uma orientação composta pela combinação de muitos fatores. A matriz como sede – do catolicismo ou do liberalismo, abriga o escopo da construção moral que é, ao mesmo tempo, social, econômica, política e cultural. E, no caso do Brasil, uma herança colonial.
Abrigada nas matrizes, a indagação “Qual moral?”, conduz ao universo sutil do enredo moral presente no pensamento e nas ações educacionais. Enredo este concebido como dimensão organizadora dos debates e das políticas públicas da educação analisadas na obra. Nessa avenida da história, marcadamente presente na realidade das décadas de 1920-1930, perfilam seus principais agentes políticos, religiosos ou liberais, que se apresentam com as vestes conservadoras e elitizadas do passado, dando ao discurso educacional uma ilusória aparência de modernidade.
O autor, João Victor Nogueira, ao apresentar a Educação Moral como objeto de estudo, perscruta convergências, discordâncias, tensões e conflitos revelados por sua pesquisa, uma trajetória que aprofunda a abordagem do tema e permite vislumbrar um fio condutor que traz – e como traz! - a Educação Moral para o cerne dos debates e do processo educacional brasileiro.
“Educação Moral: uma análise das matrizes católicas e liberais de formação moral republicana nos centros de poder do Brasil dos anos de 1920 e 1930” demonstra a complexidade do estudo a que o autor se propõe e desenvolve com maestria, prestando sua contribuição à história da educação brasileira. Uma contribuição que tem por fundamento a liberdade do pensar, e cujo rigor não prescinde da delicadeza, do zelo, e da audácia de um conhecimento transformador.

A você, João Victor, minha admiração e respeito.

Maysa Gomes
Fundação Mineira de Educação e Cultura – Universidade FUMEC – Brasil.