Platão e a forma esquizofrênica contra a “sujeira dos conceitos fixos”
Abah Andrade
A filosofia (enquanto noologia) nunca mais precisará ser funcionária de nenhuma “humanidade” particular, muito menos europeia? Minha sugestão é que ela se encontra no Parmênides, de Platão, e o objetivo do estudo a ele dedicado, a seguir, é passar à leitura integral desse “diálogo” formidável, a fim de apresentar o critério noético dessa universalidade radical capaz de assegurar a paradoxal ocasião em que um princípio absoluto é formulado de um modo que, se alguém disser que ninguém tem necessidade de princípios para viver, estará dando razão a ela, mas se outrem disser que, sem um princípio nada pode ser feito, pensado ou realizado, também estará dando razão a ela; e quem quiser propor, dentro de um certo projeto de realidade particular, outro princípio como, este sim, sendo o mais radical, terá, de partida, anulada sua pretensão, pois não passará na prova mais simples, que é a de que esse suposto princípio mais universal do que nosso princípio “fonológico” jamais poderá ser descoberto no campo “fonético”, nativo, mas somente no campo transcendental