Teologia e Contemporaneidade

Em qual tempo vive a teologia? Responder a essa pergunta é, de alguma maneira, definidora para compreendermos que tipo de teologia nos dispomos a fazer. Hoje, ao observarmos diversos movimentos religiosos, teólogos e teólogas, é possível perceber que há, em vários deles, uma ênfase muito grande em uma teologia que vive no passado. Tais movimentos, teólogos e teólogas asseveram que para se ter uma verdadeira teologia é necessário se ater àquilo que os documentos antigos disseram. Em outras palavras, o valor do passado é imenso, de maneira que a forma de se pensar e a forma de se estruturar o fazer teológico desses grupos e pessoas está condicionado a revisitar, constantemente, tais documentos. Como algo gravado em pedra, o rigorismo do passado delimita o que pode e o que não pode ser feito, dito e pensado, e teologias que tentam, minimamente, sair de tais rigorismos são taxadas de hereges, sectárias, identitárias, não-cristãs, dentre tantos outros adjetivos que, possivelmente, o leitor e a leitora deste texto já tenha lido ou escutado em algum lugar. No outro espectro, podemos pensar aqueles grupos e pessoas que pensam uma teologia atemporal. Imaginam uma teologia que se faz somente na teoria, num mundo ideal, em que todas as coisas funcionam perfeitamente e, portanto, uma teologia que serve para todas as pessoas, em todos os momentos históricos, e independentemente das situações sociais e econômicas em que tais pessoas vivem.