
Minha corpa é voz de afeto: a cisheteronormatividade encarnada na cidade e o direito como impedimento para o fim do mundo
Ge Mello
A obra enfrenta o tema com profundidade e fincada nas leituras e marcos mais atuais e inovadores que temos, ao mesmo tempo em que traz para o debate as/os sujeitas/os da pesquisa. A pesquisa de Ge lança alguns desafios ao Direito, à possibilidade deste dar conta das demandas por diversidade postuladas por pessoas trans e o direito destas à cidade e ao próprio corpo. Em todo o texto se verá a tensão entre, de um lado a necessidade de superação do Direito, do Estado... da própria Modernidade, de forma que se instaure o “fim do mundo” para que uma nova ordem possa ser estabelecida e, de outro, o dado de que estamos imersos na Modernidade e, “para agora”, precisamos buscar respostas que desafiem o Direito mas que se deem em seu interior, de tal forma que este seja remodelado sob outros fundamentos – isto é, que não seja pensado numa lógica cisheteronormativa, branca, europeia-Ocidental e branca. Pensar os desafios que pessoas trans enfrentam para existir e ser nas cidades, se a solução pode vir através de uma total reformulação da base europeia-cristã-ocidental-heterocisnormativa do Direito ou se, justamente em razão de tal fundamento, é preciso advogar pelo “fim do mundo” e a reconstituição de tudo sob uma nova matriz, eis o desafio que Ge enfrenta nessa obra essencial para quem entende a urgência da mudança. - Alexandre G. Melo Franco de Moraes Bahia
