Conservadorismo e Democracia: pactos de razoabilidade
Pablo Fernando Campos Pimentel
Esta obra discute, de forma preponderante, qual tipo de mentalidade operaria melhor um regime de natureza democrática, uma vez que, muito se fala em democracia, no entanto, boa parte das vezes, o discurso pode soar deveras amorfo. O objetivo deste texto, porém, é defender a linha de pensamento que vai na seguinte direção: nos parece razoável pensar que aquela que melhor contribui para a defesa, manutenção e aprimoramento do regime denominado democracia, seja a mentalidade ou predisposição conservadora. A ideia fortemente aprofundada aqui tomará como ponto de partida, o conservadorismo clássico que decorre da obra central de Edmund Burke, Reflexões sobre a Revolução na França, onde este critica severamente a destruição brutal e irrefletida de instituições na França do século XVIII, em troca de uma inovação completa que não se podia estimar corretamente ao que poderia conduzir as pessoas e a nação. A mentalidade conservadora trará, sem rodeios, aspectos seriamente cruciais, ao que parece, àquilo que positiva e razoavelmente mostra-se eficiente na boa condução do regime democrático. Esse ponto de partida mostrar-se-á um adequado fio condutor ao que se seguirá, com relevantes pensadores como T. S. Eliot, Michael Oakeshott e Russel Kirk. Temas fundamentais como: natureza humana, Estado, contrato social, imaginação moral, racionalismo político, ceticismo moral e político e cultura serão desenvolvidos nos pensadores que integram a mentalidade conservadora desde o seu surgimento com Burke até hoje.