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“Ojala no se Olvide de Otras personas bolivianas que tambien necesitan su ayuda”: as inspeções de combate ao trabalho análogo ao escravo nas oficinas de costura em São Paulo (2010-2016)

Páginas

268

ISBN 

978-65-5917-556-7

DOI 

10.22350/9786559175567

“Ojala no se Olvide de Otras personas bolivianas que tambien necesitan su ayuda”: as inspeções de combate ao trabalho análogo ao escravo nas oficinas de costura em São Paulo (2010-2016)

Lorena Fernanda de Oliveira Silva

A escravidão contemporânea é um fenômeno recente na História do Trabalho no Brasil. A questão passou a chamar a atenção a partir da década de 1970, no processo de ocupação da Amazônia, onde desmatamento e formas violentas de trabalho passaram a ser frequentemente denunciadas pela Comissão Pastoral da Terra (CPT). Várias questões globais e locais contribuíram para que essa nova forma de exploração do trabalho se tornasse um problema grave no Brasil. Globalmente, a crise econômica a partir de 1970 produziu grandes mudanças na própria maneira de operar da economia capitalista, precarizando as relações de trabalho e intensificando os processos de terceirização (HARVEY, 2014). Internamente, houve investimentos governamentais para ocupação da região Amazônica, onde muitos trabalhadores eram levados e fixados através do endividamento (FIGUEIRA, 2004). Somam-se, ainda, as políticas neoliberais adotadas no Brasil a partir dos anos 1990, que agravaram as desigualdades já existentes no país e precarizaram ainda mais as relações de trabalho tanto nos setores públicos como privados. Nesse cenário de flexibilização, o fenômeno do trabalho compulsório começou a se multiplicar. Chamado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) de “trabalho forçado”, no Brasil, essa forma de exploração foi historicamente associada à escravidão, sendo chamada de “trabalho análogo ao de escravo” ou “escravidão contemporânea”. Desde a década de 1990, a questão deixou de ser restrita ao mundo rural, e passou a ser frequentemente registrada nos centros urbanos brasileiros, principalmente envolvendo imigrantes na costura em São Paulo, trabalhando em pequenas oficinas domésticas.

“Ojala no se Olvide de Otras personas bolivianas que tambien necesitan su ayuda”: as inspeções de combate ao trabalho análogo ao escravo nas oficinas de costura em São Paulo (2010-2016)
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