Complexidade em Fundação: uma perspectiva de Edgar Morin sobre a obra de Isaac Asimov
Yuri Gabriel Lopes Fernandes
Este livro nasceu de um encontro entre dois universos: o literário de Isaac Asimov e o filosófico de Edgar Morin. Este encontro foi possível por conta do meu curso de mestrado no PGCult - Programa de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade da Universidade Federal do Maranhão. Lá, o fã de Asimov se encontrou com o estudioso de Morin, e convenientemente eram a mesma pessoa. Assim, este humilde texto tem como objetivo principal demarcar o percurso de pensamento de Asimov na série Fundação, através de um diálogo com a teoria de Morin. Em primeiro lugar, criticamos o cientificismo presente na trilogia Fundação, escrita por Asimov em sua juventude, para depois dialogar com as problemáticas apresentadas nas prequelas e sequências, escritas 30 anos depois. Construímos um diálogo entre o conceito de complexidade, que aponta as dificuldades do método científico contemporâneo, e a problemática da construção da psico-história, principalmente nas prequelas da trilogia, que analisam os obstáculos e possíveis pressupostos para a criação de uma ciência social matemática. Por último, dialogizamos (ou seja, fazemos com que duas ideias distintas dialoguem, sem que uma prevaleça em relação à outra) a construção dos conceitos complexidade e megamorte com o problema apresentado nas sequências da trilogia. De um lado, a disputa ético-política entre a psico-história, que guia os caminhos da humanidade através de seu método objetivista. De outro, Gaia, uma entidade planetária composta pela união mental entre seres humanos, os demais seres vivos e meio ambiente, que pretende assimilar toda a galáxia, para constituir um superorganismo livre de conflitos.