Vestido de Noiva (1943): a luz na gênese do moderno teatro brasileiro
Eduardo de Souza Teixeira
A intenção primeira do presente livro sempre foi a de resgatar, compreender e analisar a iluminação como protagonista no desenvolvimento da narrativa cênica moderna do teatro brasileiro, propondo um estudo sobre o processo de criação da luz e do espetáculo Vestido de Noiva, texto de Nelson Rodrigues, cenografia de Tomás Santa Rosa (1909-1956) e direção de Zbigniew Marian Ziembinski, apresentado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro nos dias 28 e 29 de dezembro de 1943. Entender, dentro do processo da criação teatral, com um recorte sobre o espetáculo em questão, a importância da luz enquanto elemento expressivo e simbólico da narrativa cênica na moderna encenação brasileira. Diante disso, optamos inicialmente por um estudo do período em que a luz elétrica adentra a cena teatral europeia, tentando entender sua elaboração como um gatilho fundamental do potencial simbólico e expressivo e enquanto um dos elementos determinantes do teatro moderno. O advento da luz elétrica e a chegada, descoberta, ou “invenção” da encenação, são os principais pontos pelos quais nos é possível entender o teatro moderno surgido na Europa na segunda metade do século XIX, e pode ser de grande valia para entendermos e ampliarmos os debates acerca da modernização teatral brasileira.