A subjetividade na obra de Pierre Bourdieu: uma investigação conceitual
Bruno Vinícius Borges de Seabra Santos
A obra de Pierre Bourdieu tem sido amplamente estudada em diversas áreas do conhecimento. Encontramos, de maneira recorrente, pesquisas na Pedagogia, História, Psicologia, entre outras, que procuram relacionar as observações, empíricas e teóricas, com as propostas descritas por esse autor ao longo de sua trajetória. Sua teoria instiga o debate multidisciplinar, pois, além de vasta, abarca inúmeras possibilidades de articulação. Seus principais conceitos – habitus, campo social e capital – ensejam complexidades que demandam a ampliação das discussões acerca da constituição do homem no mundo. Para além disso, permitem pensar a relação que o autor propõe entre a objetividade e a subjetividade, desde seus primeiros trabalhos. De início, o autor determina uma relação entre o estruturalismo e a fenomenologia, tendo a praxiologia como resultado, para dar conta desse problema. Porém, notamos, ao longo dessa dissertação, que conforme sua carreira avançou, o autor expandiu o debate acerca dos condicionantes para a formação do habitus. Bourdieu acreditava que os campos sociais funcionam em uma lógica de jogo, de competição, em que o agente busca ascender em suas posições, procurando sair da condição de dominado, ou se mantendo enquanto dominante. O que ocorre é que o autor percebeu que esse jogo abarca tensões e angústias para aqueles que disputam mas, mesmo assim, consegue fazer com que haja aceitação e interesse tácito em participar. Esse interesse é um dos problemas que procuramos investigar.