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Mulheres e povos rumo ao bem-viver: por um ecofeminismo comunitário

Páginas

385

ISBN 

978-65-5917-400-3

DOI 

10.22350/9786559174003

Mulheres e povos rumo ao bem-viver: por um ecofeminismo comunitário

Bárbara Nascimento Flores Borum-Kren

Wayrakuna somos nós, um movimento de indígenas mulheres, que teve sua origem desde antes da primeira caravela que atravessou os oceanos e atracou neste território apelidado de Brasil. Nasceu da resistência de insurgentes guerreiras originárias, insubmissas ao sistema colonial violentamente posto, e que tem se refletido na contemporaneidade. Wayrakuna, filhas da ventania no idioma Aimara, é isso, a continuidade da luta de nossas antepassadas, é a insurreição da ordem que por séculos tenta nos invisibilizar e nos silenciar. A continuidade da luta de nossas ancestrais, se dá através de nós, que somos pensadoras de nosso tempo, indígenas mulheres da atualidade que se empoderam de conceitos e lutas para atualizar a luta ancestral, configurando-a no espaço/tempo atual como sujeitos contemporâneos que somos, porém, com raízes e memórias antigas. Temos como aporte teórico-filosófico as contribuições do feminismo, especialmente do feminismo decolonial, do ecofeminismo e do feminismo comunitário. Sendo assim nosso movimento tem como base as estratégias de atuação ligadas à ancestralidade de cada integrante, somada aos preceitos de tais aportes. O movimento ecofeminista sustenta que a defesa do meio ambiente deve constituir parte essencial do movimento feminista. Esta pesquisa tem como foco a análise da organização e dinâmica de comunidades indígenas e ecovilas por meio de indicadores de sustentabilidade ambiental nas dimensões social, econômica e ecológica. Parte-se do pressuposto de que os princípios do ecofeminismo possuem relação com a conservação do meio ambiente local. Os resultados confirmam, em grande parte, os pressupostos da pesquisa, de que as comunidades pesquisadas, especialmente as indígenas apresentam alternativas de organização social de baixo impacto ambiental que estão altamente relacionadas com práticas ecofeministas e fortalecem a necessidade do reconhecimento da identidade local para que existam possibilidades de soluções em termos da relação entre sociedade e natureza.

Mulheres e povos rumo ao bem-viver: por um ecofeminismo comunitário
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