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Interpretação e existência: as proximidades entre hermenêutica e vida no pensamento contemporâneo e o retorno ao texto em Paul Ricoeur

Leonardo Magalde Ferreira

Considerando a estreita relação entre hermenêutica e existência que se deu no final do século XIX e perdurou por grande parte no século seguinte, nossa dissertação tem por objetivo apresentar, em um primeiro momento, como tal proximidade contribuiu para o deslocamento do elemento textual, outrora a característica hermenêutica mais evidente. Por meio da análise conceitual que sustenta este trabalho, encontramos um distanciamento gradual no trato único e exclusivo do texto em favor da vida no pensamento de Friedrich Schleiermacher, Wilhelm Dilthey, Martin Heidegger e Hans-Georg Gadamer. A partir destes postulados, procuraremos demonstrar em seguida como Paul Ricoeur se diferencia à medida que defende o retorno à esfera textual como tarefa principal da hermenêutica por meio do texto narrativo. Ricoeur encontra nesta modalidade uma rica ampliação da relação entre interpretação e existência devido ao processo mimético que rege a constituição de todo tipo de narrativa. Este autor observa que toda construção textual nasce na vida, no mundo da ação e se completa na vida, ora do leitor, ora do intérprete, contribuindo deste modo com a formação de uma identidade narrativa a partir de tudo o que lemos e interpretamos. Destarte, procederemos primeiramente à exposição conceitual nos capítulos um e dois dos principais momentos da mudança de perspectiva levada a cabo pelos autores citados inicialmente. A conclusão à que chegamos e que constitui o capítulo três, aborda as mudanças trazidas por Ricoeur em sua defesa do texto como vínculo entre hermenêutica e vida ao vê-lo como elemento intrínseco à existência e impossível de ser ignorado. 

ISBN: 978-65-81512-11-8

Nº de pág.: 123

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