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História, Cultura & Patrimônio – 2ª edição: experiências de pesquisa

Tiago da Silva Cesar; Flavio José Gomes Cabral; Luís Manuel Domingues do Nascimento; Maria Emília Vasconcelos dos Santos (Orgs.)

Não há como querer que tudo seja esclarecido. Existem sonhos, utopias, desejos, mas as questões seguem. Os mitos interpretam, soltam magias. As dúvidas se reinventam, os historiadores debatem, os intelectuais buscam escritas que fujam das mesmices. Há possibilidades, nem tudo se repete. Como fechar as portas dos mistérios numa sociedade marcada por diferenças? As especulações existem, como também há deuses pretensiosos e eternos, celebrados por muitas culturas. Porém, há continuidades avassaladoras de violências e frustrações. O mal-estar não se foi e as ambições destronam solidariedades. Fico feliz quando encontro historiadores reunidos para escrever e levantar polêmicas. Cansar não é preciso. As iniciativas de agitar o debate merecem saudações. É importante salientar as diversidades, mostrar que há confrontos. O diálogo é fundamental, pois ele constrói aprendizagens. Nas leituras dos textos, contemplo argumentos, pesquisas, ofícios. Não citarei nada. Deixo que o leitor mergulhe e eleja suas simpatias. Não há consensos fechados. A história se expande com teorias renovadoras. Surgem divagações, ídolos acadêmicos. A produção historiográfica está num mercado de consumo. Ela inquieta, destaca; contudo não acontece solta. As regras cercam os saberes. Não são fixas, puxam incômodos, desfazem certezas, punem as ingenuidades. Não serei o dono dos olhares, nem senhor da estabilidade. A história tem seus tempos e lugares. Nunca exaltei neutralidade, tenho minhas escolhas. O sangue corre no corpo, não somos máquinas programadas. O historiador se envolve com compromissos, educa, rebela-se. Quando se encontram, trazem ousadias e desafiam. O livro tem seu ponto final nas gramáticas, sem decretar que as verdades se firmaram. Tudo é uma exclamação. Os escritos abrem espaços, assumem subjetividades, completam-se. Não custa ultrapassar tradições ou novidades. É na criatividade que o historiador constrói suas pontes. Luzes e sombras, nunca a arrogância de inibir a crítica. Alguns deixam de lado as experiências cotidianas, congelam passados e consagram linearidades. Esquecem que há muitas pedras e curvas no meio do caminho.

 

Antonio Paulo de Morais Rezende  

ISBN: 978-85-5696-677-3

Nº de pág.: 497

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