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Hospitalidade e desenvolvimento: por uma pequena conversação

Josemar de Campos Maciel

A viagem teórica feita por Maciel - ele apresenta o livro como metáfora de viagem - parte da ação hospitaleira do personagem bíblico Abraão, que sendo velho e tendo uma esposa, Sara, estéril, pariram: um filho; três grandes narrativas religiosas e; uma civilização que abarca praticamente todo o planeta. Essa é a viagem sedimentada no conceito "Desenvolvimento", que a narrativa religiosa permitiu, divulgou e chancelou através dos séculos, ou milênios. Pobres de nós. Enquanto Sapiens estivemos muito preocupados com o dia-a-dia e não percebemos que havíamos entrado num caminho sem volta, o do sedentarismo, da agricultura e das grandes sociedades (HARARI, 2015, Sapiens). O pior é não saber para onde estamos indo. Continuamos sem pistas e sem saber a que porto iremos. Para completar, poucos estão angustiados com isso, pois sequer estão conscientes dos fatos (HARARI, 2016, Homo Deus). E assim, sob a égide do Desenvolvimento, continuamos vivendo em cidades, indo e vindo com nossos veículos do trabalho, da escola, do supermercado, felizes (nem todos estão felizes) e realizados (nem todos) por termos uma casa com quintal, um animal de estimação e amigos que pensam como nós e que às vezes nos visitam para provar vinhos, falarmos de temas banais, sem percebermos que o que importa está além, muito além dessa cortina de fumaça. 

 

Alexandre Panosso Netto

Nº de pág.: 189

ISBN: 978-65-5917-394-5

DOI: 10.22350/9786559173945

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