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Feminino e sagrado: diálogos entre a literatura e a filosofia

Maria Simone Marinho Nogueira (Org.)

Das muitas possibilidades de compreensão dos substantivos sagrado e feminino, e das possíveis pontes de intercessão entre eles, quero chamar atenção para a pluralidade de cores e matizes hermenêuticas que tornam difícil, se não impossível, que a conceituação precisa e inequívoca recaia sobre esse binômio singular. Em tempos em que, por um lado, complexificam-se as designações de gênero e, por outro lado, problematiza-se o conceito de sagrado – que precisa ser circunscrito a essa ou aquela percepção teórica – não é óbvio do que se trata um livro sobre feminino e sagrado. Mas tal dificuldade é minimizada quando folheamos as páginas dessa publicação e constatamos que uma certa unidade se impõe à aparente fluidez desses treze ensaios que se debruçam sobre o feliz binômio, perscrutando as possibilidades de interação, influência e confluência entre esse irromper do Completamente Outro – na esteira da compreensão de Rudolf Otto do sagrado, autor que frequenta amiúde os diversos textos aqui presentes – e a sua recepção/percepção/reflexão por um eu que se diz no feminino. Os textos que ora se dispõem à fruição do leitor curioso tem em comum o foco em personagens femininas – históricas ou ficcionais – em embate com um sagrado, no mais das vezes de tradição judaico-cristã, que irrompe de forma tempestuosa e se impõe como força que a si tudo conclama e seduz. 

 

 Cleide Oliveira

Nº de pág.: 265

ISBN: 978-65-5917-393-8

DOI: 10.22350/9786559173938

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