Sobre o que não há:
o zero, o vazio e o vácuo
Beatriz Rodrigues Morais; Maira Regiane Ventura Rocha;
Naubert Mendes Silva; Raquel Anna Sapunaru (Orgs.)
Por vivermos em uma época do coetâneo, onde espaço, tempo e lugar já não são mais entendidos como dicotomias, mas como expressões de uma singularidade – como as mônadas leibnizianianas –, colocar em um plano de problematização as “certezas” científicas engendrando Matemática e Física não apenas apresenta um original estudo contemporâneo como, também, expressa um modo de fazer filosofia. Neste livro, os autores constituem esse “modo de fazer filosofia” sem deixar de lado os “fatos” históricos, os axiomas matemáticos, as enunciações físicas e os conservadorismos filosóficos. No entanto, ao invés de afirma-los como verdades absolutas, os colocam no plano movediço da invenção, demonstrando, assim, uma entrada – a partir de uma epistemologia cosmológica – em um universo inacabado. As palavras que compõem o texto se distribuem em três hastes (ou filamentos): zero, vazio e vácuo. A falta, aqui, de um artigo definido não se trata de um “mero” erro gramatical, mas a afirmação desse plano movediço que os autores criam, pois dizer o zero e/ou o vazio é, tão somente, a invenção de um lugar, desse o identitário e unitário. Ao desejarem pensar zero, vazio e vácuo, expressam, neste livro, a potência das coisas inventarem lugares, espaços e tempos, afirmando, assim, uma coetaneidade e, portanto, expressam, com um artigo indefinido, um zero, um vazio e um vácuo, modos com os quais estes são operados na Ciência. Além de ser um estudo epistemológico destas ideias, este livro nos deixa múltiplas possibilidades de questionar os fundamentos científicos tradicionais operando, para além da reprodução de uma Ciência Axiomática, uma ciência problemática.
Prof. Diego de Matos Gondim
ISBN: 978-85-5696-369-7
Nº de pág.: 105