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Arte de Capa: Juan Osorno, 2015

Ensaios filosóficos e Direitos Humanos: Modernidade, pós-modernidade e transmodernidade

Aloísio Krohling;

Maria Lúcia Kopernick;

Tatiana Mareto Silva (Orgs.)

Usa-se, hoje em dia, a palavra modernidade de forma banal e simplificada. Com efeito, desde o início da Era Moderna, por volta de 1450, de acordo com o que situam os livros de História, o termo moderno vem sofrendo distorções conceituais. O Renascimento já nasce com a quebra de paradigmas na religião, tanto com Giordano Bruno e sua revolta teológica, quanto com Machiavel em suas reflexões sobre política. Mais tarde, no Século XVI, surge a modernidade filosófica e científica com René Descartes) e Francis Bacon. Nesse ponto, a característica marcante é o surgimento e a consolidação do individualismo, conforme as grandes constatações do: Penso, logo existo e do: Saber é poder. A consolidação do individualismo alcança seu ponto culminante com os pensadores iluministas representados na Enciclopédia Francesa, por volta de 1789, época em que eclodiu a Revolução Francesa, abolindo a monarquia na França. Nesse momento, sob os ideais de Liberdade, Fraternidade, Igualdade, toda uma ordem político-econômica foi transformada. Refletindo-se em todos os campos do saber, a modernidade – a partir da Revolução Francesa – passa a ter uma ideia de nacionalidade com o surgimento dos estados, da república e da democracia, nos moldes representativos das revoluções liberais. A área do saber voltada às ciências jurídicas assume a racionalidade da modernidade eurocêntrica por meio da filosofia positivista e dependente da hermenêutica dos códigos napoleônico e prussiano. Desse modo, a efetividade das palavras chaves da Revolução Francesa tornou-se abstração jurídica. O paradigma positivista dominou todas as ciências naturais, biológicas, sociais e humanas. O lema do positivismo de Comte impregnou toda a cultura iluminista eurocêntrica e de suas colônias com o mito do progresso. Até hoje, vê-se que esse mito consta da propaganda governamental como se fosse algo muito atual, quando, entretanto, trata-se de ideologia ultrapassada. Modernidade, então, toma o sentido de uma grande narrativa que prioriza a emancipação individual das pessoas e a perspectiva de alcançar progresso material.

ISBN: 978-85-5696-342-0

Nº de pág.: 277

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