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Ensino e Teoria:

diálogos entre epistemologia e ontologia

Humberto Perinelli Neto (Org.)

Em boa parte dos dicionários filosóficos é possível identificar que a ontologia pertence, inauguralmente, aos pressupostos contidos na obra de Parmênides, Heráclito, Platão e Aristóteles, isto é, ao nascimento da própria filosofia. Por ontologia, pode-se depreender, com base nos estudiosos mencionados, o conjunto de qualidades mais gerais do ser, escapável aos que pretendem compreender a realidade, tendo como base explicações fragmentadas, portanto, exigente de uma visão calcada na totalidade. Ao vislumbrar a preocupação destes autores para com a ontologia, torna-se possível identificar uma chave explicativa fundamental. Desde seu nascimento, as reflexões envolvendo ontologia apresentam o desafio de fundar um entendimento da realidade que busca superar o dualismo constituído pelas tradições filosóficas pautadas no idealismo e no empirismo. Viver e pensar o real, num movimento cíclico e também reverso, constitui alvo dos pensadores afinados com a ontologia. A contar deste ângulo, pode-se argumentar que a ontologia constitui, por excelência, uma “tradição de fronteira”. Isto porque a busca por superar o dualismo das tradições filosóficas pautadas no idealismo e no empirismo forjou diálogos com tais tradições de modos diferentes. Desde a Grécia Antiga, se aventuraram em produzir escritos com a marca ontológica autores como Plotino, São Tomás de Aquino, Avicenna, Descartes, Espinosa, Leibinz, Kant, entre outros. Contudo, o viver maduro da modernidade, a contar do século XIX, quando as feições do mundo burguês se tornaram mais claras, revigorou a tradição ontológica, cumprindo à Georg Wlhielm Friedrich Hegel papel especial. O reposicionamento do tempo como categoria fundamental para o pensar filosófico impelia ao reencontro crescente com a ontologia, desafio posto a cabo, a contar de então, por autores como Schopenhauer, Nietzsche, Heiddeger, Sartre, Husserl, Deleuze e Foucault.

 

ISBN: 978-85-5696-324-6

Nº de pág.: 152

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