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Investigação e Catalogação dos Conhecimentos dos Curandeiros de Santana – Amapá

Rodrigo Reis Lastra Cid; Afrânio Patrocínio de Andrade;

Marlon Viana de Almeida Junior

Este texto é baseado numa pesquisa, conduzida por Dr. Rodrigo Reis Lastra Cid e Dr. Afrânio Patrocínio de Andrade, professores adjuntos da Universidade Federal do Amapá, e pelo discente, orientando de iniciação científica do primeiro, Marlon Viana De Almeida Junior, na qual foram entrevistados alguns curandeiros de Santana (AP) e catalogadas as suas práticas. Há muito tempo que doulas, garrafeiros e outros curandeiros fazem parte da cultura e da tradição da Região Norte e do Brasil em geral, como uma forma de cura alternativa para a medicina alopática tradicional ou mesmo adicional a esta. Não nos questionamos aqui sobre a eficácia dessas curas, mas queremos, antes, uma compreensão catalográfica de seu funcionamento, apreendendo receitas e técnicas. A razão disso é que essas práticas estão cada vez mais escassas, dado o fato de elas serem passadas de modo familiar e o fato de haver um crescente desinteresse dos mais jovens em tais práticas. Dada a educação formal, muitos jovens começam a se interessar por outros trabalhos, e o conhecimento que seria passado de geração em geração não se perpetua. O registro em um formato perene é vantajoso por si mesmo, já que mantém vivo um patrimônio imaterial brasileiro, que, sem intervenção acadêmica, parece fadado a se perder nas mudanças culturais. Além de manter o patrimônio, tal publicação tem a vantagem de estimular a valorização de tais práticas, evitando, assim, a estigmatização – que é um dos riscos conhecidos da pesquisa em ciências humanas e que os participantes sofreriam, se a pesquisa não fosse realizada – e possibilitando até a a reapreciação da profissão de curandeiro pelos mais jovens. Permite também que a profissão seja ensinada de modo não familiar, já que o livro, por vezes, pode ser usado para substituir o ensino no dia a dia. Isso pode trazer um risco para a manutenção da prática do jeito que ela é, entretanto há um risco maior em tal prática desaparecer na cultura, de modo que o benefício de catalogar tais manifestações supera o risco de sua modificação. 

ISBN: 978-65-87340-13-5

Nº de pág.: 61

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