Aluga-se para Carnaval: funcionamento do mercado imobiliário sazonal no Sítio Histórico de Olinda
George Antônio Cunha de Araújo
O Sítio Histórico de Olinda, localizado na cidade vizinha à capital do estado de Pernambuco, Recife, apresenta importante conjunto colonial, arquitetônico, urbanístico e paisagístico. O reconhecimento de sua importância se dá, não apenas a nível nacional, mas sobretudo internacional, a partir do título de Patrimônio Cultural da Humanidade recebido pela UNESCO em 1982. A localidade também é reconhecida por abrigar uma das festas mais populares do Brasil, o Carnaval, atraindo turistas nacionais e internacionais. A partir da década de 1990, o sucesso da Festa passou a estar diretamente relacionado a atração de um número cada vez maior de pessoas, conformando "um novo público morador temporário e consumidor do Carnaval". Temos aí uma importante equação a ser analisada: a relação entre a Cidade, a Festa e o Patrimônio Cultural. E é nesse sentido, que o arquiteto e mestre em desenvolvimento urbano, George Araújo, busca compreender o funcionamento do mercado imobiliário de aluguel sazonal do Sítio Histórico de Olinda no período de Carnaval, em particular, nos interesses que orientam a criação de suas regras e nas relações estabelecidas entre os agentes imobiliários partícipes desse mercado. A pesquisa foi desenvolvida no âmbito da Rede sobre o Mercado Imobiliário nos Centros Históricos das Cidades Brasileiras (MICH), que teve seus estudos iniciados em 2012 e coordenado nacionalmente pela Professora Ora. Norma Lacerda, por meio do GEMFI - Grupo de Estudos Sobre o Mercado Fundiário e Imobiliário. O autor constata que, diferentemente dos outros Centros Históricos analisados, o de Olinda apresenta a particularidade do aluguel sazonal, notadamente motivada pela presença da alta demanda temporária de foliões que buscam este destino para desfrutar o Carnaval. A partir do aporte teórico da economia neoclássica para mediar a compreensão da noção de utilidade e valor, em particular, das produções de Baudrillard (1995, 2014), é defendido que tais categorias são balizadoras do funcionamento e das relações produzidas neste mercado.
Kainara dos Anjos
Nº de pág.: 144
ISBN: 978-65-5917-104-0
DOI: 10.22350/9786559171040