Mateus e sua comunidade:
o novo Israel
Irineu J. Rabuske
A renovação da Igreja, durante o séc. XX, deveu-se, em grande parte a dois movimentos de envergadura internacional, surgidos, na realidade de então, nas periferias do nosso mundo católico, ou seja, na França, Alemanha e outros países transalpinos. Naquela época a América Latina ainda não contava muito no mapa da Igreja. O Concílio Vaticano II, por sua vez, foi o grande marco histórico. Lá se fizeram presentes representantes desses dois grandes movimentos e fizeram ouvir suas vozes. Lá também estavam presentes os representantes dos continentes “distantes”, como se dizia na época. Assim, a periferia da Igreja alargou-se de maneira impressionante e os dois movimentos citadas se alastraram por todos o orbe terrestre. Ao longo do ano de 2017, em nossas celebrações dominicais, seremos guiados pelo evangelista Mateus. Ele escreveu seu evangelho pressionado por desafios que identificou em sua comunidade. Ele, com certeza, era um teólogo profundo, mas também com os dois pés bem no chão, para perceber o que estava causando riscos, quais eram as possibilidades e como a comunidade poderia encontrar um caminho para ser fiel ao anúncio do Evangelho. Mateus encontra sua comunidade com um bom caminho já percorrido. Ao confrontarmos nossas comunidades com a comunidade de Mateus, percebemos que muitos desafios que nós atualmente enfrentamos, já eram igualmente desafios naqueles tempos iniciais do Cristianismo. O mesmo vale para as perspectivas. Assim sendo, podemos espelhar nossa comunidade e nossa prática pastoral na comunidade de Mateus e sua prática. Ela pode ser uma luz reveladora para a nossa prática pastoral.
ISBN: 978-85-5696-060-3
Nº de pág.: 106