Ecocidadania em tempos líquidos: o direito ambiental em debate
Marcia Andrea Bühring;
Raquel Fabiana Lopes Sparemberger (Orgs.)
Percebe-se atualmente que as atitudes orientam as decisões e os posicionamentos dos sujeitos no mundo. Nesse sentido, quando se fala em atitude, deve-se diferenciá-la da noção de comportamento. Atitudes são predisposições para que o indivíduo se comporte de tal ou qual maneira, e assim podem ser preditivas de comportamento. Os comportamentos são as ações observáveis; efetivamente realizadas, e podem estar ou não de acordo com as atitudes do sujeito. Muito freqüentemente os sujeitos podem se comportar em dissonância total ou parcial de suas atitudes. As ações humanas são multideterminadas, e há muitos fatores em jogo na relação entre atitudes e comportamento. Determinada pessoa pode cultivar uma atitude ecológica, mas por vários motivos, seguir mantendo hábitos e comportamentos nem sempre em conformidade com esses ideais. É uma mudança de atitude nossa com nós mesmos, em uma nova visão de mundo; nossa com os outros e o ambiente que nos envolve, em uma ação solidária. A intenção deste livro é demonstrar a problemática socioambiental e não apenas denunciar os riscos ambientais, mas também ampliar a consciência de suas causas sociais. Essa consciência de riscos compartilhados pode atuar como força agregadora, cooperando para a formação de redes de ações solidárias. Tais ações, por sua vez, contrapõem-se aos mecanismos de desintegração social e degradação ambiental relativos à apropriação dos bens ambientais por parte dos interesses privados, contribuindo assim para a preservação tanto do planeta quanto dos vínculos de solidariedade social, indispensáveis à convivência humana. Dessa forma, o primeiro texto aborda a globalização, o contexto global-local, com ênfase a cidadania ambiental na era das incertezas. O segundo texto trata da imprescindibilidade da participação comunitária na tutela do ambiente.
ISBN: 978-85-5696-040-5
Nº de pág.: 302