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O sublime e o grotesco à flor da pele: literatura, corpo e teologia em Jorge Amado

Wanderson Salvador F. A. Campos

O texto de Wanderson pergunta pelas palavras sussurradas entre grunhidos, palavras ouvidas por um pescoço chupado, palavras podres/grotescas... palavras do corpo de amante: pode ser uma empregada doméstica, podia ser dona Flor. Que palavras são essas do universo que se aproximam tanto do mais ordinário da vida? Rudes e podres não como defeitos ou ausências, mas como excesso? Demasiada vida nada sublime. A ideia clássica de sagrado como algo totalmente outro, faz da experiência religiosa uma experiência de ruptura com o ordinário e cotidiano. A experiência religiosa se caracterizaria pela instauração de uma ordem inteiramente diferente das realidades naturais e por isso mesmo “sublime”. Wanderson vai buscar na literatura, e em especial em Jorge Amado, uma possibilidade de escapar do sublime fruto da redução teórica. Ao escolher “qualquer podridão do universo” como lugar de sua pergunta humana e teológica o autor faz a ruptura com as idealidades fenomenológicas dos estudos da religião e suas sublimes quinquilharias e vai entrar pela porta estreita das teologias do corpo, mas não por qualquer porta e sim pela teologia da libertação porque é de corpos e gemidos que se trata.

ISBN: 978-85-5696-024-5

Nº de pág.: 87

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