Pedagogias Decoloniais e Antirracismos: a Potência das Práxis Decoloniais

É assim como bem descreve a letra da música Heranças Bantos, do Bloco Ilê Ayê, que sinto neste processo de reflexão sobre decolonialidade e com este convite de apresentar este livro, sinto que é uma grande responsabilidade. Eu uma mulher negra, candomblecista, periférica, ativista negra, educadora, pesquisadora, arriscando refletir em um território ainda longínquo das nossas realidades: mulheres negras de axé. Confesso que é romper com a colonialidade conceituada para nós, e não conosco, especialmente na educação. A visão epistêmica da decolonialidade no processo acadêmico, diferencia-se dos processos conceituais das epistemologias das pessoas oriundas das classes populares que entram nos sistemas de ensino. A partir dos textos e contextos dos capítulos deste livro, é possível nos encontrar como sujeitas(os) subalternizadas(os), reconhecer que nossos processos de pesquisas e escritas desmistificam a colonialidade, pois ocorre a partir de nossas vivencias, no cotidiano dos nossos coletivos, buscando constantemente o asé ancestral para nos manter vivas(os) e propor mudanças sociais. - Maria José dos Santos – Mazé