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Adorno:

estudos sobre experiência e pensamento

Maurício de Assis Reis

A recepção da obra do filósofo alemão Theodor W. Adorno (1903-1969) enfrenta no presente uma série de dilemas. Nisto, a sua situação não é diferente da posteridade crítica dos filósofos mais importantes do século XX. Esses dilemas poderiam ser resumidos em uma antinomia fundamental: deve-se olhar para esses grandes autores e seus textos como figuras passadas (e encerradas) do pensamento, cujo nexo lógico (a ordem das razões) caberia ao intérprete reconstituir, ou seria preciso voltar a esses autores e seus textos como fermenta cognitionis, impulsos de pensamento cuja apreciação correta implicaria um pensamento renovado de suas experiências originais? O livro de Maurício Reis, “Adorno: estudos sobre experiência e pensamento”, sem descurar da investigação da ordem das razões do pensamento adorniano, leva adiante a perspectiva do desdobramento de seus impulsos críticos. É desse modo que o trabalho de Maurício Reis permite superar apreciações equivocadas, ainda frequentes sobre a obra de Adorno, tais como a de que se trata de um pensador da decadência da civilização, melancolicamente situado em um plano superior de cultura. Muito diversamente, sua pesquisa mostra Adorno como um pensador atento à diferenciação de seus objetos e à contingência e abertura dos processos históricos. Desse modo, a dialética de experiência e pensamento é preservada, na admissão de uma espessura temporal da experiência filosófica.

Douglas Garcia

ISBN: 978-85-5696-192-1

Nº de pág.: 226

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