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Os filhos de São João Batista: a teatralidade da Quadrilha Junina do Recife

Luana Felix Marques Correia

A Dança é a mãe do Universo. Tudo se move e é movido. Somos todos da Dança. A música e o teatro são seus filhos diletos. A sempiterna batida do Cosmos rebate dentro de nós em ritmos e ritos. O Teatro, com amplas e múltiplas formas de se manifestar, permanece presente entre nós humanos há milénios, ora dando ênfase ao corpo, ora à palavra, ora à imagem, ora a tudo misturado, em movimento interdependente e performativo. Sagrado e profano por princípio, o teatro é fruto das culturas e das culturas dependente. No Recife, e no Nordeste, no mês das fogueiras, dos fogos de artificio, das mãos de milho, das bandeirinhas multicoloridas, dos sortilégios, das promessas de amor e das perfumadas comidas amarelas, desponta uma manifestação de movimento, canto, dança e representação, diligentemente preparada e aguardada por todo o ano, transfigurando-se a cada giro das estações. Do meio do povo, com sabor e cheiro de gente colorida, emerge a Quadrilha, performance predileta e obsessiva dos filhos e filhas de São João Batista, que a Professora/artista de teatro Luana Felix nos apresenta com o esmero e a organicidade de quem nasceu entre os que fazem quadrilha e foi também jogar, devota/bacante de São João/Dioniso, contaminada com o espetáculo do vai e vem, dos giros, das permutações e transitoriedades, dos clamores a Santo Antônio, a São João e a São Pedro. Fruto de trabalho acadêmico, este estudo nos auxilia a compreender a Quadrilha em sua perspectiva histórica e estilística e, melhor, nos faz contemplar a elétrica ópera joanina contemporânea em sua dimensão teatral. Para saber o que é Quadrilha-Teatro este livro existe.

 

Denys Araújo Leite

 

Nº de pág.: 91

ISBN: 978-65-5917-114-9

DOI: 10.22350/9786559171149

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