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O teatro no centro popular de cultura da UNE: o povo, a nação, o imperialismo e a revolução

Alexandre Lobo

O CPC da UNE foi um movimento cultural que entre os anos de 61 a 64, no Rio de Janeiro, pretendeu contribuir para a execução das chamadas Reformas de Base do Governo João Goulart e para a esperada Revolução Brasileira . Como meio de atingir seus objetivos, esse movimento cultural atuou em diversos setores de produção cultural: cinema (Cinco vezes favela e Cabra marcado para morrer), música (LP O Povo Canta), teatro (entre diversas, Auto dos 99%, Brasil - Versão Brasileira, e A mais-valia vai acabar, seu Edgar) além de publicações de caráter pedagógico, como os Cadernos do Povo. A produção cepecista, assim, era engajada, assumidamente politizada, sendo seu ideário herdeiro da chamada Ideologia do Desenvolvimento. Essa ideologia era um conjunto de conceitos e preposições, produzidas por intelectuais do Instituto Superior de Estudos Brasileiros, que visavam preparar o país para a passagem de uma sociedade rural e agrária a uma urbana e industrial. Entretanto, da formação de teorias e conceitos em uma instituição destinada a esse fim, à incorporação dessas mesmas teorias e conceitos por um grupo de produtores culturais, há um processo de “filtragem” que se revela em alguns momentos em que a produção artística ultrapassa a produção teórica, seja contestando-a, seja revelando aspectos que não foram diretamente abordados. A vantagem da produção cultural para a produção teórica, nesse caso, é a ilustração de uma vivência em que determinadas teorias podem ser testadas. Além disto, a produção artística, enquanto cultural é mais flexível e está menos comprometida com ortodoxias teóricas, não necessitando estar comprometida com esta ou aquela corrente de pensamento.

Nº de pág.: 151

ISBN: 978-65-5917-084-5

DOI: 10.22350/9786559170845

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