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História: profissão e disciplina nos Estados Unidos, campos em disputa (1884-1914)

Lívia Amarante Gallo

No final do século XIX, nos Estados Unidos, ocorreu uma profunda mudança na maneira pela qual a sociedade se relacionava com o passado e produzia conhecimento sobre ele. De conhecimento desenvolvido por amadores, passou a ser disciplina científica autônoma, levada à cabo em instituições universitárias por um corpo de profissionais treinados nestas instituições, que atuava seguindo procedimentos pré-estabelecidos para o desenvolvimento de suas pesquisas. Essas mudanças compreenderam dois processos, o de disciplinarização e o profissionalização da História. O primeiro processo correspondeu ao estabelecimento das bases epistemológicas sobre as quais a História constituiria sua identidade, erguendo suas fronteiras com relação às outras áreas, tornando-se um conhecimento autônomo; ele teve a ver com os procedimentos estabelecidos para a sua prática, o que seria considerado permitido e, principalmente, o que seria proibido em questão de metodologia de pesquisa e maneira de narrar os resultados. Já a profissionalização representou a construção de um aparato institucional que viabilizasse as pesquisas e amparasse os historiadores, como um local de emprego nas universidades, critérios para a formação de profissionais, constituição de associações profissionais e criação de periódicos acadêmicos. Nesta pesquisa, trata-se desses dois processos de maneira separada, partindo da trajetória acadêmica do historiador Frederick Jackson Turner para compreender como a profissionalização ocorreu nos Estados Unidos e depois passado para a análise dos discursos dos presidentes da American Historical Association – fundada em 1884 –, para perceber as discussões que ocorreram em torno da disciplinarização da História naquele país entre 1884 e 1914. 

ISBN: 978-65-87340-02-9

Nº de pág.: 160

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